Como quer enganar o proprio Demônio?!

Ergueu a cabeça e contemplou o lugar onde tantas vezes se apresentou para os seus breves triunfos no trapézio no dia seguinte desarmariam o circo - pensava, e na próxima cidade, quando o reerguessem ,ele estaria longe.
Sim, apesar de não querer ele teria que estar longe. Pois, ele prometeu. Sempre soube que esse seria seu destino.
Quando tinha 11 anos idade, Daniel fez um pacto... Um pacto com o demônio.
Seus pais haviam acabado de falecer, e sempre sonhou em ser artista de circo e agora não tinha nada a perder, porém lhe faltava algo... O talento.
O pacto empunha as seguintes condições: Daniel iria adquirir inúmeros talentos e poderia escolher qualquer área circense. Mas... Em troca disso, aos 29 anos de idade ele entregaria sua alma ao demônio e não havia outras opções.
Ele estava tão feliz, ainda mais agora. Agora, que ele havia conquistado seu grande amor, uma bailarina do circo que sempre o acompanhava nas viagens. Ana era seu nome.
Nem ao menos iria avisar que sumiria, ou morreria. Sabe se lá o que acontece com uma alma perdida. Ele apenas pensou em fugir, pois não queria morrer mais também não podia ficar. Isso poderia deixar Ana em perigo.
- Como eu sou idiota, quem eu penso que sou? Tentando enganar o próprio demônio que todos temem.
Ele foi até os aposentos de Ana e a beijou com toda intensidade, ele deveria aproveitar, pois aquele seria o ultimo beijo de amor.
Ele não entendeu a reação, e nem mesmo por que dele estar tão apavorado mais ignorou tal fato.
Rapidamente ele arrumou uma mochila e colocou algumas coisas que ele achava útil na situação. Entre elas: dinheiro, crucifixo, sal, água benta, bíblia e algumas peças de roupa.
Ao anoitecer, quando todos dormiam, ele saiu sem que ninguém percebesse ou desconfiasse.
Durantes três dias antecedentes ao seu 29º aniversário, ele saciou e abusou de todos os seus vícios e virtudes. A meia noite em ponto, quando acabara de completar 29 anos ele resolveu parar em um bar para beber.
Ao se sentar se aproximou um homem, um pouco misterioso.
- Posso sentar-me aqui cavalheiro?
- Sim, hoje é meu aniversário... Talvez o último e quero beber todas e seria muito bom ter Campânia.
Ele sorria enquanto cumprimentava o homem misterioso.
- Eu sei, por isso vim te buscar meu caro Daniel.
Sobressaltado Daniel perguntou:
- Você? Não pode ser! Como me achou demônio?
O homem riu sarcasticamente.
- Não se subestime tanto Daniel, sou Satanás e te acharia até no inferno.
O ultimo som que Daniel ouviu antes que as chamas o dominassem foi uma risada, literalmente satânica.

Bárbara'